Carta Compromisso Da 46ª Missão Da Terra Da Diocese De Bonfim – Bahia

Carta Compromisso Da 46ª Missão Da Terra Da Diocese De Bonfim – Bahia Somos todos/as Romeiros e Romeiras, Peregrinos/as da Esperança   Neste Ano

Carta Compromisso Da 46ª Missão Da Terra Da Diocese De Bonfim – Bahia

Somos todos/as Romeiros e Romeiras, Peregrinos/as da Esperança

 

Neste Ano de 2025, celebramos a 46ª Missão da Terra da Diocese de Bonfim com o Tema: Terra, Água, Agroecologia: Caminhos de Fé e Esperança. E o LemaBem aventurados os que têm fome e sede de justiça” (Mt 5,6), na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, ao pé da Santa Cruz de Monte Santo, em sintonia com eventos que marcam a caminhada histórica do povo de Deus: A Campanha da Fraternidade cujo tema é “Fraternidade e Ecologia Integral”, o “Ano Jubileu da Esperança”, os 10 anos da “Encíclica Laudato Si” e 800 anos do “Cântico das Criaturas de São Francisco”. Todos estes eventos nos levam a uma reflexão profunda do nosso sentido   de ser igreja missionária e do caminho de Esperança que nos acompanha e nos mobiliza a juntos seguirmos cuidando da Casa Comum. “As bem-aventuranças não são, absolutamente, um compromisso leve ou superficial; pelo contrário, só as podemos viver se o Espírito Santo nos permear com toda a sua força e nos libertar da fraqueza do egoísmo, da preguiça, do orgulho” (Gaudete et Exsultate, n. 65).

Quem Somos

Somos cerca de 7 mil romeiros e romeiras, peregrinos/as da esperança, oriundos das paróquias e Foranias da Diocese de Bonfim. Somos agricultores/as familiares, Movimento de Trabalhadores Assentados e Acampados, Quilombolas, juventudes das Escolas Famílias Agrícolas, Pastoral da Juventude do Meio Popular, pastorais sociais, organizações sociais, viemos para celebrar os 46 anos de caminhada do povo de Deus e pedir forças para, coletivamente, continuar a defesa de um mundo sustentável e solidário, onde todos possam usufruir dos bens naturais, dons do Pai Criador.

 O Que Denunciamos

A realidade da Diocese de Bonfim (BA), no que se refere às questões climáticas, socio ambientais, socio culturais e econômicas, tem revelado grandes feridas ambientais que atingem a Mãe Terra, a Água e a Agroecologia. Tem-se presenciado muitas situações de violação dos Direitos da Natureza os quais têm promovido a destruição da mesma. Violações que são frutos do modelo de exploração predatória, da mercantilização da água e da terra e demais bens naturais. Vivemos cercados pelo latifúndio, grilagem, especulação fundiária que retira o povo das suas terras, produção do agronegócio que dissemina agrotóxicos indiscriminadamente, envenenando a vida, sem respeitar os territórios e as comunidades tradicionais. Há um processo perverso, gerador das desigualdades sociais, promotor da fome e, políticas que colocam o lucro acima do bem comum. Sob a bandeira do Tema Terra, Água, Agroecologia: Caminhos de Fé e Esperança. E o Lema “Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça” da 46ª Missão, somos chamados a colaborar com Deus no cuidado de todas as coisas; a recuperar, fortalecer e avançar em nossa vocação de guardiães da Mãe Terra. É nosso dever defender e praticar o cuidado para com a Casa Comum. “Esta responsabilidade perante uma terra que é de Deus implica que o ser humano, dotado de inteligência, respeite as leis da natureza e os delicados equilíbrios entre os seres deste mundo” (Laudato si, 68).

O Que Defendemos

  • Uma espiritualidade cristã verdadeira em que a práxis seja o amor, e a solidariedade fraterna junto aos mais vulneráveis, como nos ensina o Pai Criador;
  • A Ecologia Integral como caminho de esperança por entender que todos os seres estão interligados e, que o cuidado com o meio ambiente está intrinsecamente ligado à justiça social e ao bem-estar humano;
  • A conversão ecológica que nos levará a uma “correta relação do homem com a natureza” e (…) “que comporta deixar emergir, nas relações com o mundo que os rodeia, todas as consequências do encontro com Jesus” (Laudato si,217);
  • As comunidades e territórios formados pelos povos originários, quilombolas, pequenos agricultores/as e outros, defendendo o direito à biodiversidade; o princípio do Bem Comum: Água, terra, trabalho e teto são bens que devem ser usufruídos por todas as pessoas;
  • A implementação de Políticas Públicas construídas a partir da participação popular para que estas respondam às necessidades dos seus territórios;


Com o que nos Comprometemos:

“Devemos voltar a pôr a dignidade humana no centro e sobre este pilar devem ser construídas as estruturas sociais alternativas de que precisamos»”. (Papa Francisco, Fratelli Tutti, 168).

  • Construir uma campanha de cuidado com Serra da Bacia da Serra das Jacobinas – Caixa d’água do Itapicuru;
  • Assumir a campanha de preservação do Licuri;
  • Unir Fé e Vida: Expressando a fé em gestos concretos de cuidado com a Criação, que é um dom de Deus e pertence a todos;
  • Estudar e aprofundar a Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco em nossas Paróquias e Comunidades;
  • Viver a Conversão Ecológica: Uma mudança profunda de atitude e de hábitos para um estilo de vida mais sustentável e em harmonia com a natureza;
  • Práticas Sustentáveis: Adoção de ações concretas, como consumo consciente, redução do desperdício, coleta seletiva e o uso de fontes de energia renováveis;
  • Promover a mobilização Social: Participação em acampamentos, encontros e debates que aprofundam o tema da ecologia e mobilizam pessoas para a defesa da vida e do meio ambiente;
  • Troca de Experiências: Realização de feiras de produtos agroecológicos e artesanatos, bem como a troca de experiências e materiais formativos, como nos eventos da 46ª Missão da Terra.

 

Monte Santo, 21 de setembro de 2025.

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