“Ecologia Integral como urgência de conversão” foi o tema do Seminário que aconteceu na Diocese de Bonfim, sob a organização da CPT-Bonfim

No último dia 2 de abril, no Centro Diocesano de Pastoral, em Senhor do Bonfim, aconteceu o Seminário “Ecologia Integral como Urgência de Conversão”.

No último dia 2 de abril, no Centro Diocesano de Pastoral, em Senhor do Bonfim, aconteceu o Seminário “Ecologia Integral como Urgência de Conversão”. Organizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT-Bonfim) com o apoio da Diocese de Bonfim, o evento reuniu padres, especialistas, representantes de municípios, representantes de diversas entidades e estudantes da região para debater ações em defesa do meio ambiente.

Com a presença de Dom Hernaldo Pinto Farias, sss, bispo da Diocese de Bonfim, o seminário destacou a necessidade de uma ecologia integral que abrange aspectos ambientais, econômicos, culturais e cotidianos. O bispo enfatizou que “não há mais tempo para adiarmos a conversão ecológica”, citando o Papa Francisco como inspiração para o cuidado do planeta.

Um dos pontos altos foi a apresentação do engenheiro ambiental Luciano da Silva Alves, que trouxe dados sobre a preservação de recursos hídricos e os desafios enfrentados por comunidades tradicionais. Ele apontou problemas como a ausência de registros oficiais em áreas sensíveis, que facilitaram invasões e degradação de recursos hídricos, como observado na comunidade de Mucambo, onde foram identificadas alterações na qualidade da água. A degradação ambiental, especialmente nas áreas de mineração, foi apontada como um problema urgente que requer ações coletivas e interligadas.

Roberto Malvezzi (Gogó), militante da ecologia social e membro da CPT, também relembrou os conflitos relacionados à água e destacou a importância das cisternas no semiárido brasileiro como solução eficaz. Ele reforçou que os povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos são os guardiões da biodiversidade e merecem apoio na defesa de seus territórios. Além disso, enfatizou que a atenção às comunidades e povos tradicionais deve ir além da Amazônia, abrangendo também os diversos grupos presentes nas demais regiões, incluindo as que estão no território da Diocese de Bonfim, que enfrentam desafios igualmente urgentes e necessitam de ações efetivas para garantir sua preservação e dignidade.

Para além das discussões técnicas, o seminário trouxe reflexões espirituais e práticas, como o uso de energia solar e técnicas de convivência com o semiárido. Representantes municipais e comunitários reforçaram a necessidade de mobilização popular e atuação em conselhos e políticas públicas.

O evento foi concluído com um chamado à ação e à esperança, destacando a COP 30, que ocorrerá em Belém, como uma oportunidade para discutir questões ambientais globais. Dom Hernaldo lembrou que o cuidado com a Casa Comum deve começar nas pequenas ações do cotidiano e nos compromissos locais.

O seminário reforçou a importância de integrar a fé e a mobilização social na busca por soluções sustentáveis para o meio ambiente e para as comunidades locais. Um encontro marcado pela urgência, mas também pela força da união e do compromisso com o futuro.

Antes do almoço de encerramento, os participantes puderam interagir mais ativamente com os componentes da mesa e partilhar as experiências que se fazem presentes em suas respectivas realidades. Da mesma forma, os representantes dos poderes públicos (Capim Grosso, Itiúba, Jaguarari, Mirangaba, Ponto Novo, Quixabeira, Serrolândia) tiveram espaço para compartilhar as dificuldades e as atitudes que compõem as ações municipais em prol do povo, no que tange ao meio ambiente.

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