Último dia do Seminário de Iniciação à Vida Cristã com seminaristas reflete sobre catequese e cultura digital

Terminou nesta quarta-feira, 17 de julho, o Seminário de Iniciação à Vida Cristã (IVC) com Seminaristas, que acontece desde segunda-feira, 15, na Casa dom

Terminou nesta quarta-feira, 17 de julho, o Seminário de Iniciação à Vida Cristã (IVC) com Seminaristas, que acontece desde segunda-feira, 15, na Casa dom Luciano, em Brasília (DF). A iniciativa é promovida pela Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e reuniu um grupo de 208 seminaristas de todo o país.

No encontro, os participantes refletiram sobre  “A importância da catequese na formação do futuro presbítero”, com a ênfase no espaço que a Iniciação à Vida Cristã e a dimensão catequética ocupam na formação do presbiterato.

Dom Leomar Antônio Brustolin, presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, destacou que o encontro faz parte de um processo que está envolvendo seminaristas, leigos e leigas e presbíteros para fortalecer a iniciação à vida cristã no Brasil. Trata-se, segundo ele, de encontrar caminhos novos para comunicar a fé com as novas gerações em tempos tão complexos como, por exemplo, com o uso da inteligência artificial.

“Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre, mas como comunicar o Evangelho, o Reino e como integrar na comunidade crianças e jovens de hoje? Precisamos revisar toda a nossa prática pastoral com os padres, a prática catequética. Veja quantas crianças deixam de vir à Igreja depois que terminam a primeira comunhão e a crisma, isso é sinal de que a catequese não ocorreu. E nós não estamos revisando isso, nós estamos continuando com as mesma práticas religiosas”, questiona.

O arcebispo de Santa Maria salienta que é, nesse contexto de mudanças, que a iniciação à vida cristã se torna ainda mais importante. E destacou que a Comissão tem refletido e formado seminaristas, padres e catequistas como parte de um processo. “Nós estamos alinhando todos os processos para que possamos chegar à comunicação da fé”, disse.

“Uma das preocupações dos bispos é como melhorar a formação dos futuros presbíteros num tempo que é novo. Nós não podemos preparar presbíteros para responder com respostas velhas a perguntas novas, tem novas perguntas aparecendo, tem situações inéditas, então precisamos nos preparar”, finalizou.

Programação do último dia

A manhã do último dia do encontro teve início com a fala de dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB, sobre o trabalho desenvolvido pela Conferência. Ele pediu o apoio de todos no impulsionamento das ações da Conferência e no combate às fake news.  “Quando a gente se sente Igreja é como uma família. Esse amor, essa colegialidade começa no seminário e depois se estende e é esse exercício diário que nós temos que fazer”, disse.  

A manhã do último dia do encontro teve início com a fala de dom Ricardo Hoepers

Dom Ricardo falou sobre os 19 regionais da Conferência e seus presidentes. Apresentou as circunscrições eclesiásticas (extensão territorial da Igreja) e o número de bispos (318) e eméritos (172). Falou, ainda, sobre a Assembleia Geral da CNBB, o Conselho Permanente, a presidência, o secretariado geral, as comissões e os organismos. 

Na sequência,  o professor Moisés Sbardelotto foi convidado a falar sobre a temática “catequese e cultura digital”. Ele tratou sob as perspectivas da comunicação da fé e da comunicação da fé na cultura digital e suas interfaces. Em sua fala, ponderou que a cultura digital vem fazendo parte da cultura da Igreja já a bastante tempo e que o próprio Papa Francisco aborda a temática em seus documentos.

O Papa fala sobre uma Igreja em Saída e também diz que entre essas estradas estão também as digitais”, diz.

O professor aponta para o fato de que o que acontece nos ambientes digitais afeta diretamente a vida das pessoas, tanto positivamente quanto negativamente e que “a presença da Igreja é crucial nesses ambientes”. 

O professor Moisés Sbardelotto foi convidado a falar sobre a temática “catequese e cultura digital”

Ele também apresentou aos seminaristas dados de uma pesquisa que traz o número de celulares ativos no Brasil (210 milhões); o número de usuários frequentes  na internet (187 milhões) e o número de usuários de redes sociais e tempo gasto na internet. “Fazemos parte de uma cultura amplamente digitalizada”. 

E incentivou os seminaristas a discernirem sobre o consumo desenfreado das plataformas de redes sociais e do uso de dados. Estimulou também a formação de cristãos com consciência crítica sobre essa cultura. “A Catequese e a Cultura Digital  podem ser pensadas na rede, sobre a rede e a partir das redes”, ponderou.

Seminaristas

Participante do encontro, o seminarista Gustavo Marconato, da arquidiocese de Santa Maria (RS), destacou que o evento traz a oportunidade de apresentar a dimensão da fé, em termos de Brasil.

“Estamos em muitos seminaristas que buscam as mesmas coisas, entre elas a fé em Jesus Cristo, apresentar às nossas comunidades aquilo que Jesus veio trazer a este mundo, o Evangelho, e principalmente uma motivação para nós nos formarmos melhor, nos formarmos naquilo que a Igreja precisa nos tempos de hoje, especialmente na transmissão da fé aos que procuram à Igreja, especialmente os adultos, mas também as crianças que vêm à busca da fé na igreja.

Artur Ramos, seminarista da diocese de Santo Amaro (SP)

Para ele, o que mais chamou atenção diante das palestras proferidas foi a inspiração catecumenal no sentido mistagógico, de conduzir melhor às comunidades à oração e a uma experiência profunda da fé. “Não só de quanto conteúdo de fé, mas principalmente a vivência que nós temos, a espiritualidade, mas também compreender a fé que nós expressamos e professamos diante das comunidades”.

“É muito importante que nós saibamos o que estamos fazendo, que é por Jesus Cristo, claro, mas também o contato pessoal com Ele, que vem da oração”.

Artur Ramos, seminarista da diocese de Santo Amaro (SP), espera que a partir desse encontro, todos os participantes tomem mais consciência da importância do Anúncio. “A necessidade desse anúncio, o quanto falta mais empenho, então que nós possamos, a partir desse encontro, tomar consciência daquilo que é importante no Anúncio e ir ao encontro dos mais necessitados”, disse.

Por Larissa Carvalho

Fonte: CNBB

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